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Como o Global Pode Ser Local?

Muitas vezes as políticas públicas aplicadas em uma localidade não foram formuladas na mesma, provém de Organismos cuja dimensão ultrapassa as fronteiras de um município, de um estado e até mesmo de uma nação. Os Organismos Multilaterais (OM’s), como ONU, OMC, OEA, etc., são grandes formuladores de políticas públicas de ação global, mas de aplicação local. Há diversas formas de funcionamento para essas políticas públicas, mas em geral elas são estabelecidas como uma parceria entre o OM e a instituição local. Organismos ligados à ONU como a Unicef e a Unesco, são responsáveis por formularem políticas que orientam as ações das administrações públicas locais em determinadas áreas, como infância e educação, por exemplo. Os governos locais tendo conhecimento da existência de tais políticas, entram em contato com as OM’s a fim de estabelecer uma parceria. As administrações locais geralmente tem de se ajustar às exigências do organismo, sob pena de não terem sua proposta de parceria aprovada. Isto também ocorre quando um governo local busca financiamento junto a um OM como o BIRD e o BID, para a implementação de uma política ou a construção de alguma estrutura pública. Também nestas situações há a necessidade dos governantes locais atenderem a certos requisitos pré-estabelecidos pelo OM. Existem situações em que estes organismos apenas orientam a formulação e implementação de políticas públicas municipais, estaduais ou federais, quando o OM adota alguma forma de padrão de avaliação para mensurar o avanço de determinada localidade em uma área específica, os governantes locais passam a trabalhar com base nos critérios adotados pela OM em questão, de modo a se enquadrar nos padrões adotados por ela e desta forma serem bem avaliados pela mesma. Essas são algumas formas de como o global pode ser local, mas há também exemplos de como políticas locais podem se tornar globais. Geralmente as administrações públicas não se pautam exclusivamente pela orientação dos OM’s, nem mesmo, apenas reproduzem as medidas implementadas por eles. É normal os governos locais formularem políticas próprias que busquem solucionar uma demanda específica de sua população, o eventual sucesso dessas ações podem despertar o interesse de um OM, que buscará conhecer os procedimentos envolvidos na implementação desta política, adicionando-a à sua lista de propostas, podendo mesmo ser adotada em uma localidade de um outro país, que enfrenta um problema semelhante. A interação entre os OM’s e os governos locais tem se mostrado positiva ao longo dos anos, principalmente no aspecto social, muitos problemas foram solucionados ou tiveram seus efeitos amenizados. O progressivo aumento da relação de troca de experiências entre os atores globais e os locais resulta do amadurecimento nas relações internacionais e da diminuição das barreiras nacionalistas. Neste cenário, um outro personagem tem adquirido cada dia maior relevância, as Organizações Não-Governamentais (ONG’s). Atuando em conjunto com governos locais e Organismos Multilaterais, elas têm contribuído para o aperfeiçoamento das políticas públicas em diversas áreas. Em alguns casos fiscalizando, em outros trabalhando como um complemento à ação do Estado, as ONG’s hoje possuem um papel muito importante na melhoria dos indicadores sociais.

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